quarta-feira, 25 de março de 2009

O silêncio bate a nossa porta


Falar do que não sabemos é mais tentador do que ficar calado. E generalizar é mais fácil do que procurar saber a verdadeira realidade.

Hoje, como todo dia, não consegui pegar o jornal Metro. Mas, como é um jornal gratuito, sempre dou um jeito de pegar emprestado de alguém para me manter informado. E assim foi. A leitura estava transcorrendo bem até que cheguei na penúltima página, na coluna do Luis Antonio Giron. De longe, o título já me chamou muito a atenção: “O fim das bibliotecas municipais”. Fiz questão de lê-la três vezes para me certificar que entendi o que ele estava relatando.


O jornalista contou um caso específico (o seu, claro!) sobre uma determinada biblioteca municipal, que ele acertadamente fez questão de não deixar claro qual era. No seu momento "nostalgia", como ele mesmo diz, relata a sua volta, depois de longos anos, a biblioteca que já tinha sido seu refúgio inúmeras vezes. As lembranças que ainda estavam frescas de tempos que não voltam, etc.


Porém, numa parte, sobre a época presente, Luis Antonio fala como foi o tratamento que recebeu durante seu retorno triunfante. Como sempre, e aqui entra a frase inicial desse post, a generalização foi o melhor que ele conseguiu fazer ao se referir a "bibliotecária" que o atendeu. O olhar sanguinário, pouco convidativo, as perguntas 'no-sense' dirigidas a um usuário que apenas resolveu passar por ali. Um estereótipo, uma imagem de falta de ação e animosidade que já virou praxe para nossa área biblioteconômica.


Fico chateado com isso. Certo que os jornais gratuitos ainda são uma novidade para o cotidiano brasileiro. Fica difícil até de saber seu alcance, justamente pela gratuidade do material. Mas, mesmo assim, é um formador de opinião como qualquer jornal. A maneira como ele relata um caso ISOLADO faz parecer que em todas as outras bibliotecas municipais acontece exatamente a mesma coisa. E ainda encerrar dizendo que não é à toa que a prefeitura quer fechar grande parte delas?!


Claro que não estou absolvendo a culpa que cabe a nós, profissionais e futuros-profissionais de biblio, na situação atual das bibliotecas municipais e públicas. Mas ajudaria muito saber o que realmente acontece com elas, Luis Antonio!


Sempre que fiz uso de alguma biblioteca municipal/pública, fui bem atendido, com cortesia e atenção. Não as frequento já faz um bom tempo. Mas, hoje, trabalhando numa biblioteca, percebo o quão estressando pode ser o dia-a-dia numa. Como eu disse, é fácil falar sem conhecimento de causa. Ainda vou falar mais sobre isso..




H (Por que todo jornalista se acha dono da verdade?!)

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