terça-feira, 9 de junho de 2009

Diretores - Bernardo Bertolucci

"O cinema é uma maravilhosa máquina do tempo: é possível apresentar aos jovens de hoje os jovens da década de 60 que tinham um objetivo pelo qual lutar."

Bernardo Bertolucci nasceu em Parma, Itália, em 16 de março de 1941. Filho de um crítico literário e poeta, Attilio Bertolucci, Bernardo fez vários filmes amadores enquanto adolescente e, poeta desde a infância, ganhou em 1960, um prêmio nacional pela coletânea de poemas ''In Search of Mystery''.

No ano seguinte, Bertolucci abandonou a Universidade de Roma para ser assistente do diretor Pier Paolo Pasolini no seu filme “Accattone”. Tinha o diretor como uma figura paternal, de grande influência. Além de Pasolini, Jean-Luc Godard foi outro que influenciou seus primeiros filmes.

Em 1962, Bertolucci estreou na direção com ''A Morte'', um drama policial de pouco impacto de crítica e público. Mas logo em seu segundo filme, “Antes da revolução”, já obteve reconhecimento e muitos elogios da crítica, chegando a ganhar um prêmio na França. A película se baseia na relação de um jovem com as questões sociais de sua época. Possui vários elementos que refletem o próprio Bertolucci, e foi co-estrelado por Adriana Asti, esposa do diretor na época.

Na década de 1960, entre outros trabalhos, Bertolucci ainda dirigiu documentários sobre petróleo, e assinou a história do clássico faroeste ''Era Uma Vez no Oeste''. A década seguinte foi a mais significativa de sua carreira. Em 1970, dirigiu ''A Estratégia da Aranha'' (baseado em texto de Jorge Luis Borges), sobre um filho buscando informações sobre o assassinato de seu pai antifascista. Foi aqui também que Bertolucci, buscando tornar-se um diretor popular, substituiu o cinema poesia pelo cinema espetáculo, mas sem abandonar seus dilemas. Nessa época, inclusive, a psicanálise pela qual passava, começou a manifestar-se intensamente na tela, levando Bertolucci a dizer para seu psicanalista: ''seu nome deveria aparecer nos créditos dos meus filmes''.

Já nos Estados Unidos, seguiu-se sua tríade de sucesso: “O Conformista” (1970), que chegou a ser indicado para o Oscar® de melhor roteiro; “O Último Tango em Paris” (1972), que escandalizou meio mundo e deu a Bertolucci mais uma chance de concorrer ao Oscar®, desta vez como diretor; e “1900” (1976), um filme monumental e muito ambicioso, que tirou de um crítico alemão a seguinte frase: ''Bertolucci tenta harmonizar Marx e Freud''.

Um dos nomes mais importantes do cinema mundial nos últimos 30 anos, Bertolucci faz um cinema de forte apelo visual, caracterizado principalmente pelas temáticas política (esquerdista) e humana (com ênfase no sexo). Sua consagração veio em 1987, com “O Último Imperador”, que recebeu nove Oscars®, incluindo os de melhor filme e melhor diretor. O filme retrata a vida real de Pu-Yi, o último representante da realeza chinesa e destaca-se por sua suntuosidade visual.

Bertolucci é um cineasta ousado, que gosta de movimentos de câmera sofisticados, roteiros inteligentes e não tem medo de experimentar, mesmo quando trabalha com grandes orçamentos. Está em plena atividade e certamente vai virar o século à procura de um novo "clássico" para a sua já ampla coleção.

Alguns de seus filmes que recomendo:

H (foi difícil!)

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