domingo, 26 de julho de 2009

Diretores - Costa-Gavras

"O nosso inimigo não é a nossa espécie, mas o sistema em que vivemos. Tornamo-nos insensíveis e consumidores. Limitamo-nos a trabalhar, fazer compras, comer e dormir." [C. G.]

Se na composição de scores, a Grécia tem o excepcional Vangelis como melhor expoente, atrás das câmeras, esse papel cabe a Constantin Gavras.

Nascido no pequeno vilarejo de Lutra Iréas, em 12 de fevereiro de 1933, numa família pobre, passou a infância na península do Peloponeso.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a família se mudou para a capital, Atenas, onde ele terminou os estudos. Mas a vida não foi fácil para a família. Seu pai, membro da esquerda grega durante a Guerra Civil que assolou o país até 1949, foi preso sob acusação de ser comunista.

Mesmo com o fim da Guerra Civil, Constantin se viu perseguido e resolveu se mudar para Paris, estudar Literatura na Universidade de Sorbonne, em 1951. Mas o ambiente literato não o agradava tanto. Assim, em 1956, ele desistiu da Literatura para estudar na Instituto de Estudos Cinematográficos (IDHEC). Após a sua formação, assumiu o nome artístico de Costa-Gavras e começou a trabalhar como assistente de vários diretores, com destaque para Yves Allegret, René Clair e René Clement.

Estreou na carreira de diretor em 1965, com o filme "Crime no Carro Dormitório". Quatro anos mais tarde, ganhou destaque internacional com sua terceira produção, "Z", que denuncia abusos da ditadura militar na Grécia, nos anos 1960. O filme venceu o Oscar e o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro. Depois de algumas produções medianas, foi nomeado, em 1981, presidente da Cinemateca francesa.

No ano seguinte, aceitou o convite do produtor Edward Lewis para dirigir o magnífico "Desaparecido, um Grande Mistério" (seu único trabalho musicado pelo conterâneo Vangelis) nos estúdios da Universal. Responsável também pelo roteiro, o filme acumulou premiações, como a Palma de Ouro em Cannes e o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado. A história aborda a ditadura chilena, durante o governo Pinochet.

E, o que era para ser apenas uma passagem rápida, se prolongou por quase duas décadas, tendo fim com o pertubador "O Quarto Poder", em 1997. Quatro anos depois, já de volta à França, foi novamente nomeado presidente da Cinemateca francesa.

Em seus filmes, a temática política é tão constante como a sua análise dos aspectos sociais mais intrigantes que a permeia. É um dos meus diretores favoritos, não por bater incessantemente na tecla política, mas por ser um dos únicos a tratar desse tema de forma tão perfeita que beira o real.

Ainda trabalhando a todo vapor, seu projeto mais recente, Eden à L'Ouest (ainda sem título em português), está previsto para estrear ainda esse ano.

Alguns de seus filmes:

H (por que tudo que é bom dura pouco?!)

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