sábado, 18 de julho de 2009

Ícones da 7a arte: o melhor dançarino de todos os tempos!


"Não sabe representar. Nem cantar.. está ficando careca também. Pelos menos, dança um pouco." [avaliação de um executivo da MGM quando Fred Astaire terminou seu texto para o elenco do filme "Cinderela em Paris"].

Nascido Frederick Austerlitz, em 10 de maio (uma ótima data, diga-se de passagem.. rs) de 1899, em Nebraska, Estados Unidos, começou sua carreira profissional em 1907 ao lado da irmã mais velha, Adele, aos sete anos de idade. A primeira apresentação do casal foi em uma casa de shows de Nova Jersey. Logo seriam considerados a melhor dupla infantil do showbussines, e em 10 anos já haviam conquistado a Broadway, chegando a trabalhar em três números ao mesmo tempo.

Na década de 1930, já sob o nome artístico de Fred Astaire, percebeu que estava na hora de alçar voos maiores. Em 1932, Adele se casou com um aristocrata inglês, e a dupla acabou. Mas Astaire já estava preparado para isso. Há tempos já vinha desenvolvendo um estilo próprio, coreografando seus próprios números.

Mas, não era fácil. Seu estilo era um verdadeiro avanço para a época. Até então, os dançarinos apareciam nos filmes apenas "aos pedaços": os pés, as cabeças e os torsos eram filmados à parte e compostos depois, na sala de edição. Astaire, por sua vez, exigia ser filmado de corpo inteiro. Isso exigia longas horas de ensaios, com repetições feitas passo-a-passo e movimentos de câmera acompanhando a coreografia.

Astaire teve que continuar com seu espírito humilde e muita perseverança para crescer na indústria. E, depois de inúmeras tentativas, conseguiu um papel no filme "Amor de Dançarina", em 1933, atuando ao lado de Joan Crawford. Esse filme também marcou uma das mais soberbas e controversas parcerias: Fred Astaire & Ginger Rogers. Numa frase já muito conhecida do meio, porém, sem autoria reconhecida, diz: "Ele dava classe a ela; ela dava sex-appeal a ele". Uma dupla que apareceu em 10 filmes. Os dois não se davam bem fora das telas, mas possuiam uma química perfeita frente as câmeras, segundo vários diretores e atores que conviveram com a dupla. O último filme que contracenaram juntos foi "Ciúme, sinal de amor", em 1949.

Deixando a dupla de lado, Fred Astaire era um exímio dançarino. Em seus filmes, Astaire conseguiu dar nova emoção a dança, fosse ela banal ou repleta de tragicidade. Sua interpretação enriquecia-se pelo que James Cagney chamava de "o toque do vagabundo". Sempre trajado a rigor, seu charme tornou-se lendário. Não é à toa que o diretor Marcelo Masagão no seu documentário "Nós que aqui estamos, por vós esperamos", o comparou a Garrincha, outro artista com as pernas.

Astaire "aposentou-se" da carreira de dançarino em 1958. No ano seguinte, começou uma trajetória em busca pela interpretação "pura". "A Hora Final" foi o primeiro filme dessa nova fase, que teve como auge o "Inferno na Torre", em 1974, pelo qual venceu o Globo de Ouro e foi indicado ao Oscar® de Ator Coadjuvante. Seu último filme foi "História de Fantasmas", em 1981.

Em 1950, recebeu um Oscar® honorário, por sua contribuição à técnica dos musicais no cinema. Ginger Rogers, claro, foi quem lhe entregou o prêmio.

Ao todo, Fred Astaire atuou em mais de 40 filmes. Ele deixou uma inconfundível marca na história do Cinema e foi um consagrado artista de musicais, shows e TV, cujo sucesso, pouco igualado, virou lenda no cenário artístico. Introduziu inovações coreográficas para câmera que criaram um novo e revolucionário conceito para a dança nos filmes, assim como seu estilo pessoal, um modelo de classe e elegância masculina. Morreu em 22 de junho de 1987, em Los Angeles, de pneumonia.

Algumas de suas interpretações:

H (contagem regressiva.. para o fim! :[ )

Um comentário:

The Owl disse...

Eu sei que ele é o melhor, mas acho que, por causa do "Cantando na Chuva", sempre vou preferir o Gene Kelly.