sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Momento poesia XXIV


Cupido e Psique, escultura de Antonio Canova, Museu do Louvre.

Nascemos um para o outro*

Nascemos um para o outro, dessa argila

de que são feitas as criaturas raras;

Tens legendas pagãs nas carnes claras,

e eu tenho a alma dos faunos na pupila...


Às belezas heróicas te comparas

e em mim a luz olímpica cintila,

gritam em nós todas as nobres taras

daquela Grécia esplêndida e tranquila...


É tanta a glória que nos encaminha

em nosso amor de seleção, profundo,

que (ouço de longe o oráculo de Elêusis),


Se um dia eu fosse teu e fosses minha,

o nosso amor conceberia um mundo

e do teu ventre nasceriam deuses...


(Raul de Leoni)


* Poema publicado, originalmente, no livro Luz Mediterrânea, de 1922.

H (que bom que você voltou na melhor hora!)

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