terça-feira, 11 de agosto de 2009

O melhor do enlatado japonês


Dia da TV. Não consegui encontrar a fonte, muito menos se é uma "comemoração" instituída nacional ou mundialmente. Só sei que está aqui escrito no calendário de mesa da empresa, então, vamos respeitar!

Como minha singela homenagem a uma das minhas babás preferidas, resolvi resgatar um rascunho de post que a muito estava guardado entre as minhas anotações. Lendo as pequenas notas informativas que coloquei junto desse rascunho, reparei na frase "deixar para postar numa data importante e pertinente". Bom, não vejo outra melhor! Então vamos a história:

Para quem nasceu entre 1980 e 1984, numa (agora) longínqua época fervilhante por democracia e direito ao voto direto, a televisão foi a primeira forma de contato com o mundo externo. Usada como diversão, distração e união entre a típica "família brasileira", esse meio de comunicação, desde que Assis Chateaubriand trouxe o primeiro para cá, sempre teve um quê de novidade misturado com desconfiança. Mas isso ficou mais no começo. Logo ela se tornou item indispensável nos lares do país. Novelas, noticiários, futebol. Tudo era motivo para se reunir pais e filhos na frente da telinha.

Aqui, abrirei um parêntese: não é minha intenção fazer um relato fidedigno, extensivo e chato sobre a televisão. Por isso, pulemos algumas décadas, partindo para um lado mais pessoal com relação ao assunto... entre as poucas redes de TV existentes no país no fim da década de 1970, a TV Tupi, uma das precursoras na transmissão nacional, não estava muito bem das pernas. Não demorou para que surgissem interessados na sua compra, afinal, seu poderio de transmissão era tão grande quanto a Rede Globo e a Record. Tornou-se uma questão política séria, só resolvida em meados de 1980, quando os empresários Senor Abravanel e Adolpho Bloch dividiram os direitos da TV Tupi, além da cassada TV Excelsior¹, fundando nos anos seguintes, respectivamente, o SBT e a Rede Manchete ².

A Rede Globo, até então muito limitada à faixa etária mais adulta, com suas novelas estereotipadas, viu seu reinado ameaçado com a enxurrada de programação infanto-juvenil promovida pelas duas teles novatas no decorrer dos 10 anos seguintes. Claro que elas não conseguiram vencer a toda poderosa, mas incomodaram bastante!

E é aqui que eu entro na história. Entre 1990 e 1993, como sempre estudei em períodos diferentes da minha irmã e meus pais trabalhavam fora, ficava sozinho em casa durante um bom tempo. A televisão era minha única companheira. A Rede Manchete, meu canal favorito. Na época, as séries dubladas japonesas eram uma febre! Assistia todas só para ter assunto com a molecada da escola. Assim, para comemorar esse dia da televisão, seguem algumas informações e as aberturas das cinco séries enlatadas nipônicas que mais se fizeram presentes na minha infância (informações tiradas daqui):

* Changeman - Temendo que a ameaça do rei Bazoo, do Império Gozma, chegasse à Terra, o sargento Yu Ibucky (Jun Fujimaki) - um alien que, disfarçado de humano, busca vingar a extinção de sua raça, inicia um rigoroso treinamento entre jovens militares que nem desconfiam o motivo do árduo regime. Durante um ataque das forças alienígenas, cinco pessoas lutam e resistem bravamente. O grupo é escolhido pela misteriosa Força Terrena, que emana sempre que a Terra está em perigo. O quinteto tem sus corpos envolvidos por uma luz e desenvolve poderes oriundos de animais lendários, formando o esquadrão Changeman. Teve 55 episódios para TV e dois filmes para cinema. Os longas permanecem inéditos no Brasil. De todos os seriados do gênero, este é até hoje, um dos mais populares no Japão.




* Cybercops - Num futuro próximo, em 1999 (a série foi produzida no biênio 1988-89), o esquadrão especial da polícia de Tóquio conhecido como ZAC (Zero Section Armed Constable ou Policiais Armados da Sessão Zero) cria o Cybercop, um grupo de policiais de elite com armaduras tecnológicas. Os Cybercops passam a combater a organização criminosa Destrap (Death Trap no original) liderada pelo computador Fuhrer, uma criação de Barão Kageyama, o verdadeiro líder do grupo.




* Jaspion - A saga de Jaspion se inicia quando o sábio Edin (Edgin, na versão original japonesa) encontra o garoto entre os destroços de uma nave na qual seus pais morreram juntos por causa de um acidente. Edin cria Jaspion por vários anos sabendo que este seria o guerreiro celestial encarregado de destruir o mal criado por Satan Goss. Teve 46 episódios.




* Jiraya - foi uma das séries japonesas de TV de maior sucesso dos anos 1980. Este tokusatsu de 50 capítulos foi produzido pela Toei Company e exibido no Japão pela TV Asahi entre 24 de agosto de 1988 a 22 de janeiro de 1989. Veio ao Brasil em 1989 trazido pela falida Top Tape e exibido pela Rede Manchete; foi exibido até novembro de 1999 pela RedeTV!




* Kamen Rider (Black) - Oitava geração dos Kamen Rider, o Black foi a primeira série da franquia a ser transmitida no Brasil. A série foi produzida pela Toei Company e Ishinomori Productions, sendo exibida originalmente no Japão na TV Asahi entre 4 de outubro de 1987 e 9 de outubro de 1988. É sem dúvida alguma um verdadeiro clássico do mundo tokusatsu, fazendo enorme sucesso não só no Japão, mas em todos os outros países que foi transmitido.




¹ Para saber mais sobre a TV Excelsior, indico esse livro: MOYA, Álvaro de. Glória in Excelsior: ascensão, apogeu e queda do maior sucesso da televisão brasileira. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2004.

² E, para os cinéfilos que gostariam de saber um pouco mais sobre a história da televisão no Brasil, assistam "Muito além do Cidadão Kane", um documentário produzido pela BBC de Londres que teve sua exibição e comercialização proibida no país pela própria Rede Globo.

H (Que saudade bateu agora! Volta, Manchete!)

2 comentários:

Juliana Almeida disse...

O que? " Assistia todas só para ter assunto com a molecada da escola"? Pare de mentir H, vc era o maior fã que eu sei :P

Duvido que nunca quis ter um Shuriken do Jiraya?!

ADOREI esse post! Amo as séries japonesas (conhecidas no mundo dos otakus como Live Action) até hoje! E as aberturas então, são as melhores (mas precisam ser originais, os brasileiros só estragam as músicas).

Bjoka!

Kubota disse...

Cara, este post ficou demais!É uma doce recordação da infância nossa! Ficou muito legal!