quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Drummond: Taí a resposta de José.


Quando fazia cursinho pré-vestibular, toda vez que estudavamos os poemas de Drummond, não podia deixar de mencionar um dos mais importantes destes "José".
Por meu nome ser José (José Ricardo), os alunos que ali estudavam me pergutavam: "E agora José?". Sinceramente, gostava da brincadeira, tanto que fiz um poema respondendo de uma maneira crítica a versão do José personagem do Carlos Drumond de Andrade.


E agora José?
O emprego cabô, seu dinheiro gastô, o limite estorô, seu nome rodô.
E agora José?
Sua muié qué, seu filho também pena que dinheiro não tem.
E agora José?
O aluguel atrasô, para morro voltô, trabalho ainda não achô.

Deixa essa arma José!
Aonde cê vai José?
Não José, não entra na padóca.
Larga esse leite José, solta esse pão.
Você não tem dinheiro não!
Não reage José, não mata o português.

E agora José?
Apanhou de outros Josés, foi cuspido por vários manés, xingaram sua muié.
E agora José?
Tá muito lotado, dormi agora só em pé.
Banho gelado, comida estragada José!
E agora José?
Não chora, não chora José!