segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Diretores - George Lucas


Nascido em 14 de maio de 1944, George Walton Lucas Jr., foi um jovem aficionado por corridas de automóvel. Até que, em meados de 1962, ele sofre um grave acidente de carro que o deixa de molho por quase um ano.

Seguindo os conselhos do pai, o jovem Lucas usa esse tempo avulso para pensar em coisas menos “perigosas” para fazer no futuro. Assim que se sente recuperado, começa seu curso de Antropologia. A mescla de optativas na área de Artes, logo desperta em Lucas o interesse pelo universo cinematográfico.

Juntamente com um amigo, John Plummer, George Lucas produz alguns curtas-metragens. Querendo uma oportunidade nesse ramo, os dois jovens viajam até São Francisco, Califórnia, atrás do Canyon Cinema, um projeto de Bruce Baillie que recrutava promessas da área de cinema.

E foi durante um de seus trabalhos que George Lucas conheceu aquele que viria a ser seu primeiro mestre nessa área: o diretor Haskell Wexler. Ele ficou impressionado com os ângulos que Lucas utilizava para filmar uma corrida de motocross.

Seguindo o conselho de Wexler, Lucas matriculou-se no curso de cinema da Universidade da Califórnia do Sul. Ali, fez inúmeros amigos, inclusive Steven Spielberg. Suas novas ideias na parte de produção e edição lhe renderam, no final do curso, uma bolsa para estagiar na Warner Bros. Mas isso ficou ainda mais interessante quando ele foi informado que poderia escolher em qual filme gostaria de estagiar. George Lucas nem pensou muito e decidiu-se por uma produção de um diretor que ainda estava engatinhando: “O Caminho do Arco-Íris”, de Francis Ford Coppola.

Coppola logo reparou no potencial do jovem Lucas e, assim que esse concluiu sua graduação, lhe propôs fazer parte da fundação do estúdio American Zoetrope, companhia que tinha por objetivo ajudar os realizadores a criar filmes de forma livre, fora do circuito opressivo de Hollywood. O próprio Lucas viu aí uma chance de executar um projeto de um longa-metragem que não havia concluído durante sua graduação. Assim, em 1970, surge sua primeira aventura ficcional-científica: “THX 1138”. O filme, hoje tido como cult, não foi um sucesso na época. Porém, serviu para lhe abrir as portas para seu segundo filme: “American Graffiti” (1973), mais voltado para as corridas de automóveis e um dos grandes sucessos da década.

Contudo, a maior contribuição de George Lucas ao universo cinematográfico deve-se a concepção da dupla trilogia “Star Wars”. Numa época em que os recursos visuais e os efeitos especiais eram muito limitados, George Lucas se viu encurralado. Suas ideias iam muito além do que qualquer realizador já havia imaginado até então. Ele tinha em mente realizar um mega épico de batalha estelar que mesclasse influências de clássicos westerns e alguns filmes de seu diretor favorito (Akira Kurosawa). Contando com a ajuda de amigos como os já citados Coppola e Spielberg, George Lucas não viu outra saída senão criar sua própria companhia (LucasFilm) com um ramo específico para efeitos especiais (Industrial Light & Magic).

Aqui vale ressaltar como aconteceu essa “revolução”: até esse período, todo filme de sci-fi que quisesse fazer uso de naves e/ou ambientes interplanetários, utilizava uma maneira de filmagem muito rústica, com uma única câmera parada enquanto os objetos se movimentavam a sua frente. George Lucas achava isso tão pré-histórico quanto fazer fogo com duas pedras. Sua proposta era fazer o inverso do “natural”: os objetos ficariam parados diante de um fundo verde enquanto várias câmeras estariam se movimentando, permitindo as mais variadas tomadas. Durante a edição, eram incluídos luzes, fundos e efeitos sonoros, tudo para garantir uma experiência emocionante, nunca antes conseguida.

Mesmo assim, prevendo que a “indústria” de efeitos especiais avançaria ainda mais nas próximas décadas, Lucas tomou outra decisão inusitada: começou as gravações de sua dupla trilogia pela parte final, deixando os cinéfilos doidos por mais de vinte anos, atrás de informações sobre o surgimento de um dos vilões mais admirados de todos os tempos.

Indicado duas vezes ao Oscar® na categoria de Melhor Diretor, George Lucas recebeu, em 1992, o prêmio Irving G. Thalberg, por sua inestimável contribuição à sétima arte, como descrito nos parágrafos anteriores.

Alguns de seus filmes que eu recomendo:


H (o próximo é brasileiro!)

Nenhum comentário: