domingo, 12 de setembro de 2010

Momento poesia XXXIX


Mario de Miranda Quintana foi "o poeta das coisas simples". Conseguia, através de poucas palavras, transmitir muito mais do que sensações e impropérios. Era um nômade, não só nas letras, mas também na vida.

Morreu sem nunca ter se casado. Também não teve filhos. Espero poder experimentar dessa mesma "negativa" até o fim dos meus dias.

Abaixo, um dos poemas de sua autoria que mais gosto:


No quarto

“Este quarto de enfermo, tão deserto
De tudo, pois nem livro eu já leio
E a própria vida eu a deixei no meio
Como um romance que ficasse aberto...

Que me importa este quarto, em que desperto
Como se despertasse em quarto alheio?
Eu olho é o céu! Imensamente perto,
O céu que me descansa como um seio.

Pois só o céu é que está perto, sim,
Tão perto e tão amigo que parece
Um grande olhar azul pousado em mim.

A morte deveria ser assim:
Um céu que pouco a pouco anoitecesse
E a gente nem soubesse que era o fim...”


(Mario Quintana)


H (isso aí)

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